Cada ser humano tem, pelo menos, uma (ou
mais) mania esquisita. Umas pouco esquisitas e outras chegam a ser falta de
educação. São manias de fala, gestos, comportamentos; uma variedade incrível de
manias esquisitas. Por exemplo, uma professora que deu aula para mim tinha a
mania de chamar a atenção da turma com a frase:
-Vamos lá!
Ela falava de uma forma meio “cantada”.
O problema era que a voz dela é muito irritante. Essa sim é uma mania que
ofende nossos ouvidos. Tenho um amigo que sua mania é falar NÉ! Ele coloca isso em tudo (Né?).
Parece que para perguntar “Tá tudo bem?”, usa n NÉs. É a língua do P, mas no lugar do P é o Né.
-NÉTÁ NÉtu-NÉdo NÉbem?
É incrível. Acho que a mãe dele errou no
nome. Deveria ser NÉlson.
Outro amigo tinha mania de ficar
apertando o “botãozinho” da caneta durante as provas na escola. Muita gente tem
essa mania, mas durante a prova? Falta de bom senso. De tanto a turma xingá-lo,
começou a trazer canetas BIC – aquelas
de tampinha, sem botão. – Infelizmente, começou a comer essas tampinhas. (Ave
Maria) Cada mania.
Meu padrasto tem uma mania! Mania de comprar
pizza de frango com catupiry. Só de frango com catupiry. Uma vez, combinamos de
comprar pizza, então chamei alguns amigos para comer. Foi meu padrasto quem foi
buscar. Ele chegou com três pizzas. Abri a primeira caixa, frango com catupiry.
A segunda, frango com catupiry. Abri a terceira e vi que dessa vez ele mudou –
Calabresa e... Frango com catupiry (meio a meio). Ainda bem que ele não
trabalha em uma granja. É capaz de levar catupiry na mochila e jogar em cima de
um frango e comê-lo (caralho!)
Quando trabalhava em um supermercado,
tinha um amigo açougueiro que sua mania era desossar. Um dia, estávamos no
refeitório assistindo TV e ele mudou de canal, chegando àqueles canais que fazem
leilões de bois e similares. Ele olhou por alguns segundos, depois soltou a
seguinte frase:
-Ai, meu Deus! Vou mudar de canal porque
estou ficando com vontade de desossar esses bois.
(Santo Pai, hein?)
Minha mãe tem mania de ficar enrolando
uma mecha do cabelo da testa. Quase o tempo todo. Não pode ficar ociosa que já
começa.
Eu – nem me fale – tenho muitas manias.
Uma delas, muito comum (eu acho), é a de propor desafios a mim mesmo. Por
exemplo, andando na rua, tenho que chegar a determinado ponto antes de passar
por mim um carro. Ou tenho que fazer algumas coisas na cozinha antes do
microondas apitar.
Outra mania é ficar jogando objetos para
cima. Canetas, chaves, facas, copos de vidro... Sim, eu realmente disse facas
(afiadíssimas). Tenho mania de andar com o celular para todo lugar, mesmo sem
bateria.
Tenho mania de me arrumar em cima da
hora. Mania de roer as unhas. Só roer, não as como. Mania de dar passos no
ritmo das músicas tocando no meu fone. Não consigo ficar parado muito tempo.
Principalmente na praça de alimentação dos shoppings. Isso me dá um nervo.
Mania de querer sempre ser o centro das atenções – coisa de leonino.
Às vezes eu não queria ter manias. Mas
ser humano sem mania não é ser humano.
Nem sei se minhas manias são somente minhas.
Nasci com algumas, outras adquiri com minha mania de trazer para mim a mania
dos outros. Mas sempre vou ter manias.
Isso nos torna diferentes. Um conjunto de
manias é a nossa identidade. Todo mundo lembra de alguém por alguma mania que
essa pessoa tem. Isso é o que nos torna únicos.
Samuel Pereira